6º AULA
A aula do dia 30 de Julho de 2018 iniciou-se com a formação de uma roda de conversa, afim de promover uma discussão sobre a vida e a obra de Anísio Teixeira, um importante idealizador das escolas públicas no Brasil. Para tal debate nos baseamos no livro "Uma perspectiva da educação superior no Brasil", de Anísio Teixeira e no documentário "Educadores Brasileiros: Anísio Teixeira - Educação não é Privilégio". Você pode acessar o documentário nesse link: https://www.youtube.com/watch? v=ls-FoXhfM_Y
Além disso, discutimos sobre um outro importante personagem de educação brasileira, o Boaventura de Sousa Santos. Para tal, utilizamos a leitura da entrevista intitulada "Da universidade à pluriversidade: reflexões sobre o presente e o futuro do ensino superior", da Revista Lusófona de Educação e assistimos ao vídeo "Encontro: Educação Popular e Universidades" com a participação do professor Naomar de Almeida Filho, disponível no link: https://www.youtube.com/watch? v=MnMoE-Vfcvw&t=403s
Na nossa primeira roda de conversa discutimos sobre as questões relacionadas a vida de Anísio Teixeira e a sua luta para tornar a educação um direito de todos, não apenas dos privilegiados. Anísio Spínola Teixeira (1900-1971) nasceu em Caetité, no sertão baiano, no dia 12 de julho de 1900. Sua família possuía muitas terras e prestigio na sociedade, além disso considerava a religião muito importante na formação educacional de Anísio. Por isso, ele estudou em um colégio Jesuíta, o que mais tarde o levou a querer ingressar na Companhia de Jesus, ideia que foi veementemente combatida por seus pais, que o queriam na carreia política.
Nesse sentido, Anísio ingressou na faculdade de Direito do Rio de Janeiro, formando-se em 1922. Em 1924 foi eleito Inspetor Geral de Ensino, cargo equivalente ao Secretário de Educação atualmente. Foi nesse contexto de sua vida em que Anísio pôde viajar para algumas partes do mundo e observar os seus sistemas educacionais. Em 1927 foi aos Estados Unidos e teve contato com as ideias do filósofo e pedagogo John Dewey, no livro " Métodos americanos da educação".
A partir disto, Anísio Teixeira passou a formular seus próprios pensamentos em relação a educação. Sendo um homem pragmático, ele acreditava que "uma educação em mudança permanente, em permanente reconstrução" era extremamente necessária. Logo, a educação que ele promovia era integral, pública, laica e obrigatória, além de ser também municipalizada, afim de atender os interesses e distinções de cada comunidade. Aliado á isto, defenda que a literatura tinha a "capacidade de permanecer, analisar e se estender". Essas ideias formaram um movimento chamado de "Escola Nova", que ganhou força nos anos 1930, principalmente após a divulgação do "Manifesto da Escola Nova".
Por causa das mudanças que propunha na sociedade de sua época, Anísio Teixeira foi perseguido pelo governo, que ainda defendia um modelo de educação particular e bastante apegado aos conceitos religiosos. Anísio Teixeira morreu em 14 de Março de 1971, seu corpo ficou desaparecido por três dias. Todavia, ainda existem muitas dúvidas em relação a sua morte, visto que ele pode ter sido mais uma vítima do silenciamento intelectual que a Ditadura Militar propôs.
Fonte: Museu da Educação do DF |
Após essa roda de conversa, debatemos sobre o material que tínhamos estudado a respeito do autor Boaventura de Sousa Santos. Nesse debate colocamos em pauta algumas idéias que o autor possui, dentre elas um das principais é a de que a universidade deve ser uma mistura entre o conhecimento universitário e pluriversidade, que seria a valorização do conhecimento de mundo, não apenas do conhecimento científico, o que nos leva a pensar em uma universidade contra hegemônica. Além disso, o autor debate que as universidades estão sendo cada vez mais cooptadas pelo capitalismo, trabalhando em função dele e não das realidades regionais, o que deve ser combatido através da absorção da ideia de "validade local do conhecimento".
No vídeo, em suma, o professor Naomar debate sobre a importância de ter Boaventura como um dos pilares de UFSB (Universidade Federal do Sul da Bahia), visto que esse autor propõe a ideia da construção de um conhecimento baseado na "Ecologia dos Saberes", visando a promoção e integralização de diversos campos do pensar, além da alterabilidade do conhecimento na universidade: este deve ser captado da realidade social para a realidade acadêmica. Aliado à isso, a pesquisa e extensão, além da acessibilidade as instituições de ensino públicas é um dos pensamentos defendidos pelo autor e pela UFSB.
Fonte: Jornal Grande Bahia |
Nesse contexto, podemos notar o quanto tais autores são fundamentais para a construção da nossa universidade e como seus ideais e projetos continuam e permanecem vivos e sólidos até os dias atuais. Sem que haja a luta para que esses pensamentos sejam postos em prática, não haverá um futuro melhor para nossa universidade plural.
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