A 7º AULA

A nossa 7º aula ocorreu no dia 06 de Agosto de 2018. Nessa aula discutimos sobre outros dois autores muito importantes para a construção da nossa universidade. O primeiro deles chama-se Alain Coulon, que trabalha sobre a Teoria da Filiação Estudantil, o segundo é Pierre Levy que trata sobre a Cibercultura e Inteligência Coletiva. 

Alain Coulon é um sociólogo Francês que debruça seus estudos para discutir a respeito dos aspectos que envolvem a universidade. Nessa aula vimos que Coulon realizou diversas pesquisas na França, mais especificamente na Universidade de Paris 8 (Saint-Dennis), afim de tornar os seus dados mais reais e concretos sobre o funcionamento de uma universidade. A partir disto ele chegou a diversos resultados que mostram algumas problemáticas relacionadas ao ensino superior. Vimos que esses aspectos não se limitam apenas a capital francesa, mas repercutisse no mundo todo, inclusive no Brasil, configurando-se uma deficiência global do ensino superior:

1. O grande número de desistências e/ou abandonos no primeiro ano de curso;
2. A insegurança em relação ao ingresso no mercado de trabalho, visto que, o diploma não é garantia para tal;

A partir disso, Coulon explica que existe um processo de transição entre o EM (ensino médio) e o ES (ensino superior), que atuam de forma a solidificar o aluno na universidade ou a distancia-lo dela. Esse processo envolve:

- A transferência da referência familiar para a referência acadêmica (dos colegas);
- A transição que, apesar de voluntária, também é forçada, visto que o ensino médio somente não é mais suficiente e o indivíduo deve ingressar no ensino superior;
- A cobrança para o indivíduo desenvolver mais ainda a sua autonomia, visto que já encontra-se na fase adulta;
- O ensino terminal, que prepara o estudante para a vida, diferente do ensino médio.


Aliado a tal estudo, Alain Coulon também publicou um livro chamado "A condição de Estudante: Entrada na vida universitária", publicado em 2008 no Brasil pela editora EDUFBA. Nesse livro ele discute que para que haja o sucesso na vida universitária, o indivíduo deve aprender a exercer o ofício de ser um estudante. Tal aprendizado passa por três fases determinantes: 

1. A fase de estranhamento: onde o indivíduo ainda não sente-se parte da instituição, é apenas um local avulso à sua própria vida e rotina; precisa desapegar-se da sua esfera familiar mas ainda resiste a isso; 
2.            de aprendizagem: onde o indivíduo passa a tentar enquadrar-se na rotina da universidade; demonstra que esta adaptando-se progressivamente;

3.        de filiação: quando o indivíduo sente-se um verdadeiro estudante e ator no processo de transformação da universidade e de aprendizagem; sente liberdade para participar das aulas e demonstra mais autonomia na vida acadêmica e social. Agora ele é um veterano e tem a certeza que não desistirá.

Aliado à tudo isso, Coulon explicita que até mesmo a rotina temporal é modificada nessa nova fase, onde o ensino passa a ser dividido em quadrimestres ou semestres; existe um maior número de aulas semanalmente; há a necessidade de uma carga-horária extra; provas não obedecem um cronograma regular. Assim como a interpretação espacial modifica-se, visto que as universidades possuem espaços mais amplos e determinados para cada tipo de atividade.

Diante dessa realidade e das problemática apresentadas pelo autor, ele expõe quatro medidas que serviriam de trampolim para diminuir e/ou reverter este quadro, muitas delas já são tomadas pela UFSB (Universidade Federal do Sul da Bahia)

1. Modificar a organização dos currículos: na UFSB há o regime quadrimestral e de ciclos, além de CC's obrigatórios, livros e optativos, que promovem a autonomia do estudante;
2. Mecanismo de tutorias e orientação aos estudantes: na UFSB tínhamos o o AOA (Atividade de Orientação Acadêmica), que foi suspensa por conta da falta de encaminhamento de orgãos internos da universidade;
3. Um "serviço universitário de pedagogia": esse método ajudaria o docente a saber lidar com os problemas dos discentes através de métodos pedagógicos. Na UFSB ainda há resistência dos professores para participar de tais processos pedagogizantes.
4. Um procedimento que avalie as praticar pedagógicas: ainda não há na UFSB.

Nesse contexto, podemos notar como Alain Coulo é um dos pilares importantes para a construção da UFSB, tendo muitas de suas idéias implantadas na nossa instituição, o que é bastante positivo para todas as esferas que compõem o ambiente universitário.

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Sociólogo Alain Coulon à direita. Fonte: UFRB (Universidade Federal do Recôncavo Baiano)


Após esse momento, discutimos sobre outro importante filósofo, sociólogo e estudioso do fenômeno da Cibercultura : Pierre Levy. Para tanto, utilizamos um vídeo chamado "O que é Cibercultura", que pode ser assistido no link: https://www.youtube.com/watch?v=hCFXsKeIs0w&feature=youtu.be . Nesse vídeo o professor Fábio Lemos discute como a Cibercultura atua para instrumentalizar o estudantes e outros indivíduos. Antes, o conhecimento era delimitado apenas a figura dos mestres e professores, que possuíam os livros e materiais onde encontrava-se todo o conteúdo que precisavam para dar aulas. Todavia, atualmente, o conhecimento está globalizado, fazendo com que todos (que tenham acesso a internet) possam ter em mãos, também, as fontes de conhecimento.  O estudante passa a ser um escritor e produtor, deixa de ser meramente telespectador e leitor do processo de educação. Nesse sentido, ele destaca três princípios básicos da cibercultura. Sendo eles:

1. A liberação da emissão: não precisa-se mais pedir autorização para ninguém para produzir conteúdo. Agora você pode, além de ler e criticar, também produzir;
2. A conexão generalizada: esse princípio complementa o primeiro, dando a liberdade de falar e se juntar a outros indivíduos que também concordam com nossa opinião, isso simboliza uma potência social, cultural e econômica enorme;
3. Reconfiguração da aprendizagem. 

" É preciso virtualizar a fala para produzir mais leituras e escritas" - Professor Fábio Lemos no vídeo.







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